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terça-feira, 6 de agosto de 2019

De António Leal - ASPECTOS DA NOSSA TERRA (6) Praias de banhos em Angra


ASPECTOS DA NOSSA TERRA (6)
Praias de banhos em Angra

Embora existam na área citadina vários lugares onde os angrenses vão tomar os seus banhos de mar, a verdade é que Angra não dispõe de uma praia de banhos em condições.

Antigamente, havia muita gente que ia tomar os seus banhos num local que fica por detrás do Porto de Pipas, que era designado por Poça das Mulheres. Com a instalação de uma fábrica de conservas nas proximidades, começaram a aparecer por ali os tubarões ou marrachos, atraídos pelos resíduos de peixe que caíam ao mar, pelo que os banhistas não tiveram outro remédio senão abandonar o lugar.

Por esses tempos, utilizou-se também como praia de banhos o areal que fica logo abaixo do Jardim dos Corte-Reais, onde, segundo os nossos historiadores se construíram caravelas destinadas à exploração do Atlântico para a descoberta de novas terras do Continente Americano. Este local deixou de ser frequentado por ali terem aparecido também os tubarões.

Embora com pequena frequência, ainda hoje são utilizados como praia de banhos o Cais da Figueirinha e a Prainha, que fica situada abaixo do Relvão. Qualquer destes locais não oferece as necessárias condições suficientes, de carácter permanente ou provisório, que comportem a sua utilização pela população citadina.

Há uns quarenta e cinco anos, estava muito em voga a Baía do Fanal, havendo até uma corda ou corrente que amarrava a umas pedras situadas a uns trinta metros da borda de água, à qual recorriam aqueles que o mar levava mais longe ou os que queriam tomar banho mas não sabiam nadar.

O mau acesso ao local, a falta de condições apropriadas, algumas rochas que caíam e o facto de se ter passado a utilizar o Fanal como lugar de despejo de entulhos, fizeram com que esta Praia fosse também abandonada pelos angrenses.

Modernamente, quem deseja toma banhos do mar vai até ao Cais da Silveira, a Oeste da cidade, local esse embora utilizado como porto de recurso, quando o mau tempo não permite o tráfego de passageiros e carga na Baía de Angra, é considerado como praia de banhos das pessoas que se têm na conta de gente chique.

Não existem por ali quaisquer instalações destinadas aos banhistas. Os que ali vão, utilizam como vestiário duas ou três dependências que julgamos pertencerem à Junta Autónoma dos Portos de Angra do Heroísmo, o que é bem pouco para uma praia de banhos citadina.

Acresce que o local não dispõe de uma rampa suave que possa ser utilizada por crianças ou adultos que não sabem nadar, o que limita muitíssimo a sua frequência.

Segundo o que lemos na imprensa local, a Junta Autónoma dos Portos e a Câmara Municipal de Angra estão empenhadas na construção de uma piscina na área da cidade, tendo sido escolhido para o efeito o local onde se situa a Quinta do Caracol, logo a seguir ao Cais da Silveira, o que, por certo, virá satisfazer um dos mais prementes desejos dos angrenses.

A efectivação da nova piscina é uma necessidade que se impõe, pois, uma cidade como a de Angra não pode manter-se tal como presentemente se encontra.

Os angrenses precisam de uma praia de banhos ampla e dotada dos modernos requisitos a que devem satisfazer os recintos desta natureza.

Lajes, Janeiro de 1963
L.M.D.

(Luís Machado Drumond)

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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