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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Recordando crónicas passadas - Com ficção


O QUE EU TAMBÉM GOSTO DE ESCREVER

Com um pouco de ficção

Sempre tínhamos em mente que gente longilínea assustava. Gente que dava muito nas vistas pelo seu excesso de comprimento. E quando digo dava, obviamente que estou virado para tempos remotos. E, curiosamente, na minha recente deslocação à Casa dos Açores do Rio de Janeiro, falou-se do José “Grande” da Ribeirinha. Ribeirinha? A Casa dos Açores é na sua maioria formada por gente da Ribeirinha. E há quem já tenha regressado à terra, como, por exemplo, o Ferreira.

Gente grande, os chamados “compridos” (há um “comprido” que foi excelente jogador e treinador, que não é chamado para aqui. Deixo-o para o LC “brincar com ele”), o célebre Maralha da Terra Chã. E de Maralha, um amigo meu, antigo árbitro de futebol (foi meus fiscal de linha no famigerado jogo em que o Vilanovense venceu o Lusitânia em Angra por 2-0), que hoje vi numa foto no facebook. Era mais novo e naquela altura certamente que não pensava em emigrar para o Canadá. Jogava basquetebol e voleibol. Servia porque era comprido. Valha-nos isso. Habilidade era rara, mas lá encostava pela sua altura. Digamos um palito muito comprido.

E por ali no Corpo Santo o “pechuga” (eras tu, Manuel?) que, quando descia a Rua do Cardoso, era visto à-distância. Desse eu tinha medo. Enorme e por vezes mal-encarado. Mas no fundo, no fundo, não era má pessoa. E o Batista que emigrou para o Canadá? Também andava lá pelas alturas. E o Chico de cachimbo? Quem estivesse na Praça velha via a sua figura à porta do Café Chá Barrosa. Era ali que ele comentava muito o Benfica e a sua filial Angrense. E quando ele era árbitro de futebol? Era logo reconhecido lá de cima das muralhas do Castelo de São João Batista, ao invés do seu colega “chicharro” que, do mesmo sítio, parecia um “pigmeu”. Mas este era o tal que “galava” (com os olhos) a mulherada. E tanto que gostava de uma continência. Ficou pelo papa, isso mesmo. E um dia o alferes Couto obrigou-lhe a desfazer uma continência. Papou essa com total desagrado. O alferes Couto, verdade. Mas esse também é um grandalhão. Um dia vou contar algumas das suas histórias, nem que tenha que recorrer aos préstimos de outro Couto que vive em Lisboa, agora transformado em cozinheiro. O rapaz sabe fazer tudo.

Mas há outro grandalhão na Califórnia, que dizem ser o governador de Monterrey. O seu dia chegará. Vou escrever ao som de um fado da Marisa, que ele tanto gosta. E, também, com uma bola de golfe ao meu lado. Faço 18 buracos ao lado do computador.

E por hoje chega!
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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