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domingo, 11 de agosto de 2019

Do astrólogo Luís Moniz - “Religiões“


“Religiões“

A religiosidade é a defesa de uma teoria, já a Espiritualidade é o nível que se alcança ao praticar certas teorias.

As grandes religiões movimentam-se em sistemas contrários.

O sistema centrípeto consiste numa prática radical que se pode observar no seio do cristianismo, do judaísmo, do islamismo, etc. 

O sistema centrífugo se traduz por um abandono de credo em geral e de dogmas em particular. As pessoas não aceitam manter-se na periferia de um sistema de crenças, mesmo que se trate de uma religião dita revelada. Daqui em diante, as pessoas querem estar no centro de um sistema de pensamento resultante de sua própria experiência. Assim, a aceitação dos dogmas religiosos não é mais automática. A irracionalidade vai dando lugar à racionalidade.

Os crentes adquiriram certo senso crítico a respeito das questões religiosas e da validade de convicções, que passam a corresponder cada vez mais a uma legitimação pessoal. 

Assim é que aparecem hoje em dia, à margem ou no lugar das grandes religiões, grupos de afinidades, comunidades de ideias ou movimentos de pensamento, no seio dos quais as doutrinas, mais propostas que impostas, são admitidas por uma adesão voluntária.

Independentemente da natureza intrínseca dessas comunidades, desses grupos ou desses movimentos, a sua multiplicação traduz uma diversificação da busca Espiritual. De maneira geral, essa diversificação se deve ao facto de que as grandes religiões, que respeitamos como tais, não detêm mais o monopólio da fé. 

E assim é porque elas respondem cada vez menos às questões do Ser Humano e não satisfazem o plano interior. É, talvez, também porque as religiões se afastaram da Espiritualidade. 

Religião, vem do grego "Religare" e deveria religar a Humanidade ao Céu.
A verdadeira transcendência, embora imutável em essência, procura constantemente se expressar através de veículos cada vez mais adaptados à evolução da Humanidade.

A sobrevivência das grandes religiões depende mais que nunca de sua aptidão para renunciar às crenças e posições mais dogmáticas que elas adotaram com o passar dos séculos, tanto no plano moral como no doutrinário. Para que estas religiões perdurem, devem imperiosamente se adaptar à sociedade. Se as religiões não acompanharem a evolução das consciências nem o progresso da ciência elas se condenarão a desaparecer nas próximas décadas. Mas, na realidade, o seu desaparecimento é inevitável e que, sob o efeito da globalização das consciências, as religiões darão nascimento a uma “Religião” universal que integrarão o que elas tinham de melhor a oferecer à Humanidade para a sua regeneração. 

Por outro lado, o desejo do Ser Humano conhecer as “Leis da Natureza”, ou seja as Leis Naturais, Universais e Espirituais, há de cedo ou tarde suplantar a necessidade exclusiva de crer em Deus invisível e desconhecido.

Resumindo, futuramente, a crença dará lugar ao Conhecimento e sobretudo à Consciência.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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