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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Histórias que contei na mídia - Inovações


Inovações são sempre inovações. Naquele tempo de outrora, quando surgia algo novo, insignificante que fosse, era um motivo de alegria, misturada com a festa da praxe. Hoje, por exemplo, e falo em relação à juventude, será diferente, atendendo ao facto que existe muito divertimento e claro está a internet veio ocupar grande parte do tempo. Não só para os jovens, mas também para os adultos e inclusivamente para a terceira idade, da qual me prezo de pertencer (tenho 68 em outubro passo para 70. Dá para entender...). O meu espírito continua e a memória também. Há dias um amigo meu do Canadá (João Maia), leitor das minhas crónicas, dizia-me: “liguei para o Luís Bretão e ele disse-me que a tua memória ultrapassa a escala do limite”. Nunca a medi, mas posso garantir que ainda hoje funciona em pleno. E basta confrontar o que já escrevi em A União no espaço 26 meses. São quase 220 crónicas (claro porque tenho duas edições por semana), ciclo (o novo ciclo) que teve o seu início em 10 de maio de 2010. Portanto, e vai mais uma de memória, mas esta com uma feitura de “caravela”. As velas, essas, passam pelo teclado do computador.

Já referi bastas vezes que, com muito orgulho, fui nado e criado no Corpo Santo, Bairro Oriental da cidade de Angra do Heroísmo. O bairro que foi um viveiro de jogadores e que, também, nas noites cálidas de cada verão, era um chamariz para a sua população e angrenses (nomeadamente) vindos de outras freguesias limítrofes, isto em função das verbenas que o Marítimo organizava aos sábados.

O Corpo Santo, que tinha várias mercearias: o José Pires (depois trespassou para Anibal Vaz), Manuel Basílio, Joaquim “maricas”, Raminha e Vieira. Era um movimento bonito de mercearia em mercearia. O Vieira registava maior afluxo quando apareciam os cromos da bola, cujo revendedor era o próprio genro, um continental “personna grata”.

Mas, de repente, Fernando Simões, irmão do enfermeiro Francisco Simões, abriu uma pastelaria a qual recebeu o nome de Caravela, de reduzida dimensão, mas bonita, com toda a higiene exigida para um estabelecimento do género. Era, de fato, o estabelecimento-modelo do bairro, apesar da sua pequenez. E com o decorrer do tempo, o Fernando passou a ser conhecido por Caravela, idem os filhos, Guilherme e Fernando Jorge. E porque a Caravela continuou sempre “à-vela”, também englobou os netos, os bons amigos Roberto Simões e Paulo Simões, este último atual diretor do Açoriano Oriental. Todos são conhecidos por Caravela. E os filhos destes, bisnetos do velho Fernando Simões?. Talvez não, ou quem sabe se apanharam com o que resta da Caravela?

Curiosamente, quando fui à Terceira em 2010 e almocei no Clube de Golfe, o Fernando Jorge, como sempre, lá estava a jogar. Ele que adora golfe. Meu irmão, que estava comigo, a dado momento disse-me: “já viste ali o Caravela?”
Pois é... Já se passaram mais de 50 anos e a Caravela continua a navegar. É obra
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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