JORNALISMO EM DESTAQUE

485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Recordando crónicas passadas - O comerciante Valdemar Cupido


Com os meus 67 anos de idade, fui conhecendo, ao longo do tempo, várias gerações de futebolistas. Eu que sempre adorei o futebol, não obstante reconhecer que, como jogador, fui muito fraquinho, o mesmo não dizendo, em abono da verdade e passando a imodéstia, como árbitro, treinador, secretário-técnico, não pretendendo aqui, nesta análise, trazer à estampa o meu percurso jornalístico que, realisticamente falando, dispensa comentários. Entrei em três grandes jornais da região (A União, Diário Insular e Açoriano Oriental) e em dois nacionais (“A Bola” e “Record”) e isto, por si só, é sintomático pela forma em que, passo-a-passo, atingi o patamar superior.

Nesta inclinação pelo futebol (o primeiro jogo que realizei pelos juvenis do Marítimo, na véspera dormi com as botas debaixo da cama), conheci muitos jogadores de futebol, com ligações contínuas visto que, numa ilha como a nossa, todos nos conhecemos, nos cruzamos nas artérias com bastante regularidade. Depois, era o assistir dos treinos. Recordo-me que raramente perdia um treino do Janos Biri no Lusitânia e, também, os de Alberto Augusto, que posteriormente veio para o Sport Club Angrense, com o condão de acompanhar de perto a formação do clube, com bastante sucesso, sublinhe-se.

Há jogadores, no Lusitânia, no Angrense, no Marítimo (os clubes que acompanhei no decorrer do processo apontado), que sobressaíram pela sua entrega no jogo. Hoje, recordo aqui o saudoso Valdemar Cupido que, em função do meu percurso Corpo Santo centro de Angra, o encontrava na sua mercearia na Rua de Santo Espírito, muitas vezes na companhia do filho, Norberto Cupido, que, hoje, é um dos muitos leitores que tenho nos Estados Unidos.

Valdemar Cupido, que jogou ao lado de outros dedicados lusitanistas, sempre primou pela lealdade, apesar de ser muito raçudo em função do seu notável porte atlético. Em função disso, e virando para outra área, também se destacou como forcado, fazendo parte do grupo chefiado pelo meu tio Aldevino Serrano. Acresce que, de forcados, também registo mais dois familiares, os primos João e Vielmino Simões, conhecidos por “nica na velha”. Vielmino, inclusive, fez parte de grandes equipas do Lusitânia, encerrando a sua carreira no Sport Club Marítimo.

Para terminar, e porque encontrei uma pista vinda dos Estados Unidos, foi um grato prazer poder recordar a figura de Valdemar Cupido. Futebolista, Forcado e conhecido Comerciante do burgo angrense. Hoje, a Rua de Santo Espírito está muito diferente, mas não terei dificuldades, ao passar por lá, em reconhecer o edifício onde o Valdemar Cupido tinha a sua mercearia, também vendendo legumes. Se estou errado, as minhas antecipadas desculpas.

ADENDA - Hoje já vou a caminho dos 76 anos de idade.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

Sem comentários:

Enviar um comentário