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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A língua é o “chicote da vida” – Nunca pensei torcer pelo Flamengo


A língua é o “chicote da vida” – Nunca pensei torcer pelo Flamengo 

Quando estava em Portugal, o meu país, já era adepto do Clube de Regatas Vasco da Gama, aliás, como acontece com a esmagadora maioria dos portugueses, situação que tenho mantido no Brasil, tendo aqui chegado em 20 de agosto de 2004. Lógico que, de imediato, acompanhei todas as movimentações do futebol brasileiro, mormente a rivalidade entre vascaínos e flamenguistas. Nunca entrei nessa dita “guerra”, mas sempre dizia aos meus amigos do Flamengo que jamais festejaria um título do Flamengo, nem tampouco uma vitória com rivais argentinos.

Mas, há sempre algo que, inesperadamente, nos faz mudar de opinião, levado pela onda da velha máxima de que a língua é o “chicote da vida”. Nem mais. 

Veio Jorge Jesus para o Flamengo e eu, à semelhança do que se verifica com muitos portugueses (constatei isso na minha recente viagem a Portugal), torcendo pelo Flamengo, à exceção dos jogos em que defronta o “meu” Vasco da Gama. Torcer pelo Flamengo, equivale a dizer que todas as pingas de suor que possam cair ao vivo e pela televisão, têm a ver, pura e simplesmente, pelo êxito do nosso conterrâneo.

Jorge Jesus é,  inquestionavelmente, um técnico competente, não tenhamos a menor dúvida. No início, grande parte dos flamenguistas duvidaram da sua capacidade (talvez cogitaram no que aconteceu a Paulo Bento no Cruzeiro), mas, hoje, face aos muitos resultados positivos alcançados, já lhe chamam de “herói”, do homem que, efetivamente, veio mudar muitas mentalidades em termos de trabalho, nomeadamente a metodologia do treino. Flamengo que lidera o Brasileirão e que reúne muitas hipóteses de chegar à final da Libertadores se ultrapassar o difícil obstáculo chamado Grémio de Porto Alegre, treinado por Renato Gaúcho que, há bem poucos dias, foi muito infeliz nos comentários que fez sobre Jorge Jesus. Pura inveja ou nunca terá pensado que iria surgir um português com capacidade para revolucionar o futebol deste país? 

Escrevi este artigo (matéria para os brasileiros matéria) umas horas antes do 
primeiro jogo da semifinal entre o Grémio e o Flamengo, a disputar em Porto Alegre. Que Jorge Jesus seja feliz neste confronto. Os flamenguistas estão esperançados na passagem à final. E, nesse sentido, são acompanhados por muitos portugueses fãs de Jorge Jesus. E eu também de mãos-dadas com Jorge Jesus, mas devo confessar que nunca vou vestir uma camisa (em Portugal diz-se camisola) dos negro-rubros. Cada coisa no seu devido lugar.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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