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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Cordeiro (O "Sansão" ) e João Medeiros (Do cafezinho)


Há coisas do arco-da-velha. Coisas que eu vi em tempos idos. Coisas que eu presenciei na minha recente viagem à ilha Terceira. Como não deixei de ser um homem do futebol (ainda não), assisti a alguns jogos, dois deles relativos ao Praiense. Por consideração a muitos amigos que tenho no seio dos “encarnados” da Praia da Vitória, não esquecendo o treinador Francisco Agatão, merecedor do maior carinho. E até estivemos juntos no Estádio João Paulo II no jogo Lusitânia – Amora para a Taça de Portugal.

O meu caríssimo amigo Dionísio Alberto Ferreira, fez questão que eu estivesse presente num jogo de veteranos do Lusitânia contra uma outra idêntica formação vinda do continente. Era um sábado de manhã no Campo Municipal de Angra. Entrei e fiquei quase que incrédulo, visto que era eu o único espectador. Fui descendo, descendo, até chegar à vedação da zona do peão. Ouvia gente a resmungar quando a bola não levava a direção certa. Isso de ambos os lados. No Lusitânia, começo a olhar atento aos jogadores em campo e vejo Ruben, Cordeiro e João Medeiros. Cordeiro ainda com a sua determinação, rápido, a lembrar-nos o tempo em que era conhecido pelo “Sansão”. Cheguei e, volvidos uns minutos, o time continental fez um golo. Perguntei ao auxiliar que andava por ali perto quem estava a ganhar e ele respondeu-me de imediato: "fomos nós que agora marcamos. Um zero a nosso favor". Fiquei confuso com aquela resposta, mas depois entendi que foi necessário recorrer a jogadores e/ou dirigentes para, e como se dizia antigamente, fiscais-de-linha.

Continuo a ver o “Sansão” a puxar dos seus galões para levar a equipa lusitanista para a frente e onde estava no lugar do ponta-de-lança o João Medeiros. Ele que fez muitos golos naquela baliza. Rematou, rematou, mas nada de golos. Foi então que me lembrei daquela história do cafezinho na esplanada do Café Central antes dos jogos do Lusitânia. Quando estávamos juntos a saborear a biquinha da ordem, o João-Medeiros (ainda não havia Messi) marcava sempre o seu golo. Um ou mais. Pois é, João se me tens avisado antes desse jogo tínhamos repetido esse tão famoso ritual. Famoso para nós dois. Porque isso ficou entre nós de uma célebre canção do Toni de Matos, ou seja, “só nós dois é que sabemos”.

Ainda em relação ao facto de ser o único espectador debruçado na vedação do peão, apeteceu-me seguir o tio Francisco “Aguadeiro” (que descanse em paz, velho amigo) e chamar nomes feios ao árbitro. Só que, para o efeito, e para assustar o dito cujo, faltava-me o guarda-chuva, neste caso o guarda-sol porque estava uma manhã soalheira.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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