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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

De João Rocha - em NO REVISTA - Tudo por um cadáver elegante e saudável




É fatal como o destino. De tempos a tempos, a comunicação social dá especial enfoque às questões relacionadas com a alimentação – hoje, 16 de Outubro, assinala-se o seu Dia Mundial.
Na televisão, lá aparece o nutricionista a alertar, pela enésima vez, que os portugueses abusam nas gorduras, no sal, no açúcar e que o santo remédio é enveredar por uma dieta rigorosa, que tanto pode ser à base de saladas naturais como a comer de tudo, desde que seja moderadamente.
Quem não seguir os conselhos à risca, viverá sob a ameaça constante do colesterol (do mau, porque o bom até é saudável), dos diabetes, dos ataques cardíacos e de outras coisas ruins que nos podem dar boleia à morte, tarefa que, escreva-se de passagem, a vida sempre se encarrega.
Segundo os sábios conselhos, há ainda que fazer muitos exercícios (especialmente nos ginásios onde o nutricionista presta colaboração…), não fumar e só ingerir álcool quando o Sporting for campeão.
Com esta receita, facilmente todos chegarão a um século de existência.
Eu acho muito bem, mas rejeito tal ementa. Ponto prévio, aprendido na Associação dos Amigos do Garfo: leva-se desta vida é a vida que levamos.
Defendo, e pratico, a ideia de que deveremos ser nós a regular o funcionamento do próprio organismo.
O exercício é deveras simples: se abusei no almoço, o melhor é evitar o jantar ou, se sentir necessidade, comer frugalmente.
Nunca comer até enjoar, mas também não abandonar a mesa com fome porque a emenda será invariavelmente pior do que o soneto.
Todos os personal trainers vão atirar-me com pesos à cabeça, mas comigo a atividade física deve acontecer ao ar livre.
Marina, Porto das Pipas, Relvão e Monte Brasil chegam de sobra para as minhas caminhadas, sem custos financeiros e ar puro à disposição.
Tudo sem fundamentalismos, sabendo-se que o espírito deve evitar as securas. Um dia não são dias e a porta do divertimento convém estar sempre entreaberta.
Se vou chegar aos 100 anos? Será complicado e eventualmente monótono. De qualquer modo, ninguém me tira da cabeça a ideia de que serei portador de um cadáver elegante e, se não for pedir muito, saudável…

joaorochagenio@hotmail.com
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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