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domingo, 5 de abril de 2020

A Deolinda da Madragoa - Carlos Alberto Alves


A Deolinda da Madragoa 

   
                                                      
Houve, de facto, nesta coisa de cantar o fado e a canção, o ciclo das Rodrigues, com grande predominância para Amália Rodrigues, considerada a Diva do Fado, ela que não gostava muito que a tratassem por D. Amália.

Celeste e Deolinda, seguiram-se nessa escala. Celeste prima de Amália e Deolinda talvez uma grande amiga. Ao invés do que se dizia, Deolinda não tem qualquer grau de parentesco com Amália Rodrigues.

Deolinda Rodrigues participou em alguns filmes portugueses, um deles Madragoa, cantando uma canção com o mesmo nome, canção essa que fez história e ainda hoje é recordada. A canção Madragoa, a ouvi-la, mexe com o sentimento da pessoa. Nas suas actuações em palco e fora dele, Deolinda Rodrigues quase sempre fechava com Madragoa, sem dúvida o seu maior sucesso.

Em 1975, Deolinda Rodrigues, que acompanhou o Estoril Praia (lá estava o engenheiro Fernando Santos, hoje um dos mais reputados técnicos do futebol português), realizou um espectáculo no Teatro Angrense, literalmente cheio para aplaudir a Deolinda. E isto teve a ver pelo facto de ser casada com um açoriano, natural de São Miguel e que estudou na Terceira, na circunstância João Carlos Costa (conhecido pelo “patudo” por calçar 45), defesa central dessa equipa do Estoril que digressionou pelos Açores e que eu acompanhei ao serviço do jornal “A Bola”.

Muitos anos volvidos, quiçá uns dois-três antes de eu vir para o Brasil, Deolinda Rodrigues esteve num programa da SIC (programa da tarde) e na Praça da Alegria (RTP 1), já com o Jorge Gabriel que havia substituído o anterior apresentador, Manuel Luís Goucha, “transferido” para a TVI. Em ambos os programas, Deolinda Rodrigues falou dos seus casamentos (não sei quantos...) e tocou óbvio, em João Carlos (emigrado para o Canadá e onde tive o prazer de reencontrá-lo). Textualmente dixit Deolinda Rodrigues: “também casei com um futebolista que era maluco”. Talvez esse adjectivo maluco figurasse no bom sentido. Talvez... E como a maioria dos malucos são inteligentes, João Carlos Costa era um deles. Em Toronto, chegou-me a perguntar: “sabes o paradeiro da Deolinda?”. Respondi-lhe: creio, meu amigo, que vive em Portimão.


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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