Pela Beira, brilha um sol que se esparrama, pelos campos, pelos montes...
Serão, os três meses de Inferno, de que falava Mestre Aquilino Ribeiro?
Não sei!... Sei que as mangas se encurtam... as bainhas sobem... e nas manhãs, a passarada, canta pelos folhas da Glicínia, e o meu gato madruga...
Cheira a abrunhos, que são doces e se derretem em sumo, por entre os dedos...
O verde torna a vida cor de esperas... e o azul ponteado de pequenos algodões, chama as crianças ao rio, que deixa ver no seu fundo, todos os seixos, e peixes...
Apanham-se girinos, por brincadeira, e os meninos fazem corridas com saltarecos, presos por linhas de coser....
É bela a Beira, no Verão... pachorrenta... e calorosa... As tardes morrem nos montes em vermelhos e laranjas....
E eu fico-me a pensar no meu azul de mar ondulado...
E já não sei se gosto mais da Beira se da ilha...
Assim moro nas duas... E sou feliz!
Tenho das duas o encanto, que embeleza uma e torna única a outra...
E deixo-me ir assim , neste passear de quem tem da vida a percepção das coisas, muito vividas... sentidas, saboreadas...
Um abraço cheio de calor Beirão.... com um leve toque de sal e maresia!
Maria Azevedo
( Memórias de um Verão)
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