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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Da escritora Graziela Veiga - TALVEZ...


TALVEZ...

Não sei explicar, mas a maioria das vezes tive dificuldade em adaptar-me a uma série de coisas. Faço parte de um grupo de pessoas que não gosta das coisas mais óbvias...
Enquanto todos vão aos mesmos lugares, eu procuro ir a outros lugares, aqueles que eu gosto, que me sinto mais integrada. Enquanto todos seguem as modas, eu prefiro seguir o meu gosto, o meu instinto, o que melhor se adapta à minha pessoa.
Procuro estar no presente, mas confesso que o passado é algo inerente à minha condição humana. Baseio-me muito na aprendizagem, naquilo que me foi transmitido ao longo dos anos, quer através dos meus pais, familiares, quer através de amigos, conhecidos e pessoas que passaram na minha vida ocasionalmente, mormente os meus professores, tendo-lhes perdido o rasto. Porém, alguns ficaram e permanecem na minha vida, embora distantes.
De qualquer forma, eu dou sempre o melhor que sei e posso. Por vezes, acho-me louca, mas também inteligente, mais do que possam imaginar. Talvez seja mais intensa do que pensam, mas também mais feliz do que possam acreditar.
Talvez eu tenha a coragem de dizer o que a maior parte das pessoas não ousa. Ou se calhar, sei dizer de forma simples, o que a maioria das pessoas não sabe expressar. Talvez não compreenda nada do que eu digo...mas se não, talvez seja mesmo para não compreender.
Talvez me permita ser diferente ou talvez seja mesmo assim. E realmente gosto de ser quem sou. Gosto de acordar todos os dias e fluir com a vida, dizer o que sinto...gosto de rir de mim própria.
Por vezes, sou dramática, sobretudo quando sinto dor, mas de repente tudo passa, e volto a ser eu mesma, uma mulher que acredita num mundo melhor, nas pessoas de boa vontade.
Gosto de ler coisas que me façam pensar diferente, gosto de mudar de ideias. Gosto de algumas pessoas, de algumas atitudes que me façam reflectir sobre as minhas. Gosto de aprender, crescer através das minhas experiências. Gosto de ser surpreendida.
Não gosto de tudo que tenho, mas amo a vida, por isso, sou complacente para comigo. Mas admito os meus erros, sei pedir desculpa, e continuo a aprender a lidar com a minha amiga ansiedade.
Acredito que quando acontece algo bom, chega com força. Quando é para ser mais ou menos, dispenso e dissipa-se no ar.
Talvez façam juízos de valor a meu respeito. Talvez tenham uma ideia equivocada sobre a minha pessoa. Talvez me conheçam mais do que imaginam...ou talvez não me conheçam...
Talvez nada disso faça sentido, e eu não me importo com o que pensam a meu respeito. Talvez não se conheçam a si próprios, ou talvez eu seja uma pessoa bem diferente de todas as outras, pois sou única, irrepetível... mas só talvez...
Porém, a vida é um sopro...jamais desistam de serem felizes, pois a vida é um espectáculo imperdível!
28.08.2020
Graziela Veiga
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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