Uma grande tourada
Desde o desconfinamento que a Autoridade de Saúde dos Açores nunca mais se encontrou consigo própria.
Envolveu-se numa teia de decisões contraditórias, muitas delas sem critério nenhum e até algumas revelando enorme desorientação.
O caso mais recente das touradas de praça na Ilha Terceira é só um exemplo, com avanços e recuos inexplicáveis e que levantam suspeitas de ordem política, já que o único rosto da Autoridade de Saúde é candidato a deputado por aquela ilha, ele que disse que “não tinha ambições políticas”...
Talvez resida aqui o problema de toda a trapalhada que envolve a Autoridade de Saúde, com o consentimento do Governo Regional: a estrutura dessa Autoridade devia ser alterada e, como muito bem propôs a Associação dos Médicos de Saúde Pública, é de reflectir a criação de uma estrutura com profissionais especializados do sector e independente do governo.
Se as decisões de apenas uma pessoa alteram-se com a facilidade de uma reunião entre autarcas, governantes e forcados, então era bom seguir o mesmo critério para outros eventos populares, como o rali de S. Miguel e concertos culturais, cujos organizadores têm razão para se sentirem discriminados.
Já agora, no mesmo critério, o governo devia sentar-se, também, com a Ryanair e tentar resolver o problema da rota da Terceira...
Outra tourada
O problema das águas do Ilhéu de Vila Franca é uma belíssima novela de Verão e reveladora das imensas incompetências que envolvem organismos públicos.
Pobres das populações que têm que sofrer na pele com tanta negligência e lentidão na solução de problemas como este.
Fosse noutros tempos e já teríamos um levantamento popular em defesa do ambiente, tipo “SOS Lagoas”...
(Osvaldo Cabral - Diário dos Açores de 23/08/2020)
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