SANTO LICOR
Na angústia e tédio
Desta louca pandemia
Lá se foi o meu remédio
A garrafa tá vazia.
Neste horror desumano
De tanta gente a morrer,
O “Licor Açoreano”
Nunca me deixou sofrer.
De manhã e à noitinha
Três golinhos eu tomava,
A dose que me convinha
Sempre feliz me deixava.
Mas agora acabou-se;
Já tou todo a tremer.
(Que cafezinho tão doce).
O que é que vou fazer?
Ando p’raí à espreita
Duma pinguinha igual.
Alguém sabe a receita
Deste licor divinal...?
Sou um supersticioso
E nisto não me engano,
Um cafezinho gostoso,
Se for do americano,
É muito mais saboroso
Com “Licor Açoreano.”
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