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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Do poeta - escritor Alexandre Oliveira


Happy hour

Olha, se eu não registrar logo o que acontece, eu simplesmente esqueço de falar sobre o ocorrido, e nisto passa algum tempo para lembrar. Se, eu estou com amnésia?... Não. Eu ainda me encontro em perfeita condição de saúde, física e mental e não me esqueço de tanto quanto estou esquecendo, das coisas
ultimamente. O que ocorre é que são lapsos de memória aonde as mesmas vêm á tona como se o fato estivesse ocorrendo naquele instante. O causo é que eu estava no meu trabalho, e na hora H, de ir para casa fiquei na dúvida se eu tinha vindo com meu carro, ou se tinha deixado com minha mulher. Pois bem, depois de muito pensar resolvi pegá-lo no estacionamento da empresa. Gente, mas como sempre aqueles dois que eu tanto falo sobre eles, o Tico e o Teco, que nada mais é que nosso ego, e superego, diziam para pensar mais um pouco, ter certeza do carro estar no estacionamento, ou com minha mulher.  Nisto, ouvia certa voz, meio efeminado que dizia para mim. 
– Não tolinho você hoje deixou seu carro com aquela chata. Lembre que tudo ficou combinado dela vir pegar você após sair da empresa.
E, do outro lado, outra voz de dentro mais grave, insistia. 
– Não vá, na conversa de mulher parceiro!... Não entra nessa onda!... O que mulher fala não se escreve. E eu disse para mim mesmo. Essa conversa dentre marido e mulher ninguém mete a colher, como se falasse para eles. Quando eu ouvi claramente. Não entra nessa!... Veja, hoje é sexta feira, dia de encontrar a loirinha. A turma está nos aguardando. Estás assim na dúvida por causa de mulher?...
Mulher é um bicho muito tinhoso, exige demais, e esta então, eu nunca vi peça tão para gostar de dar volta no homem. Não se iluda campeão! 
E eu continuava na mesma dúvida, queria terminar logo o serviço, e pensava num, e pensava noutro, no que estes me diziam. A Fêmea desses tratava minha mulher como rival, e o macho para parecer meu amigo, dizia como se eu confiasse piamente.  Coisa que bem sabemos o que um homem faz diferente da mulher. Nisto, efeminada volta a falar. E aí já esta chegando perto da hora e nada. Aonde será que ela esta neste exato momento?... E o amigo...  Quer que isso você já começou a apelar?... 
– Ela. Meu amigo já passa da hora combinada, tudo bem, no entanto sabemos que ela não é tratante, nunca foge de seus compromissos e não dá mofo em ninguém Brother...
– Imagina em você lorde.  E naquilo insistiram tanto que eu terminei telefonando para minha amada mulher e perguntei, se ela vinha me pegar no portão da empresa, quando ouvi sua voz sem neuras.  
– Meu amor, o que se passa com você?...  Filho, ontem eu levei você no trabalho, hoje nem sequer saí de casa. É, sexta feira, lembra?... Você diz sempre gostar do happy hour dentre amigos, para celebrar algum final de projeto. Você já esta bebendo sua cervejinha?...
Lembre-se de mim, amor!...
Lembre-se do quanto sou gostosa, e desço macio.   Eu dei mais dois passos, e passei a mão na mochila, e fui para o lado oposto do estacionamento quando de repente vi que tinha deixado meu carro totalmente aberto. Imagine você se eu não estivesse seguro na empresa que corre o processo de lava jato.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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