Passei pela Alemanha duas vezes em serviço
de reportagem, sempre convidado pelo TV Clube 1860 de Immenstad, na pessoa do
meu querido amigo Carlos Borba, um português de sucesso naquela cidade do Sul
da Baviera. Naturalmente que, em todas essas viagens, visitei
Munique, tendo
passado pela cervejaria do Bayern, colosso do futebol alemão. Sempre fui bem
recebido em Immenstad, principalmente na derradeira presença em que acompanhei
(também ela convidada) a campeoníssima do mundo e olímpica, a maratonista Rosa
Mota. Por conseguinte fiquei motivado por essas viagens, expressamente
convidado com a representatividade do meu jornal de então, mais ligado à
cultura dos alemães, ficando impressionado com a sua disciplina, maior
incidências nas escolas onde os alunos tem um comportamento exemplar, conforme
constatei numa das aulas a que assisti, por deferência da diretora de um
colégio que, amavelmente, acedeu à minha pretensão, por intermédio do próprio
Carlos Borba que chegou agora a Munique, depois de estar um ano na Finlândia e
cinco no Japão.
Ora, porque a Alemanha já faz parte do
meu trajeto jornalístico, fiz questão em assistir, em Petrópolis (Cidade
Imperial), a BauernFest, promovida pela descendência alemã. Na realidade, pelo
que verifiquei os alemães residentes em Petrópolis não esqueceram as suas
raízes, com os seus trajes, com a sua forma de desfilar, com a sua contagiante
alegria. Fez-me recordar uma das festas em que participei em Immenstad, com
muita música e muita cerveja. Os alemães bebiam e eu comia um saboroso salchichão.
Levantar um daqueles canecões de cerveja não era para mim. Eu me confesso:
nesse sentido, sou mau jogador, melhor dizendo, mau bebedor. Voltando ao
desfile, fiquei maravilhado, sobretudo por ver tanta criançada sorridente,
participando com esfuziante alegria. Foi bonito de ver. Pelos vistos, o futuro
da BaurnFest está assegurado. As bandas musicais (dos colégios), o folclore, a dança,
tudo isso em perfeita harmonia. De resto, há que acrescentar que foram os
alemães os primeiros colonos que chegaram a Petrópolis, situação ocorrida em 29
de Junho de 1845. Viajaram no navio Justine, que se dirigia para Sidney (Austrália),
mas que acabou por rumar para o Rio de Janeiro, ao que consta por ter a bordo vários
colonos doentes. No final desse mesmo ano (1845), 1921 alemãs já estavam em Petrópolis.
Mais: 29 de Junho é feriado em Petrópolis para assinalar a chegada desses
mesmos alemães. Para finalizar, tenho que me render a uma evidencia esta: nota
10 para a minha amiga Dóris Cattacini Gelli, ilustre poetisa e pessoa muita
querida em Petrópolis. Está em todas, colaborando desinteressadamente. Dançou
muito bem, passando, também ela, a sua forma de estar com o perfume do seu
sorriso. Dóris tem ligações portuguesa (os seus avós, porque a mãe nasceu no
Brasil) e italiana (pai), tendo também casado com um descendente italiano, daí
o nome Dóris Cattacini Gelli. Uma das boas amigas que encontrei em Petrópolis e
que está sempre de mão estendida para ajudar quem precisa. São preciosos os
seus poemas, tendo já editado um livro que, inclusive, passou pelas minhas
mãos. Fez questão em que eu fosse colunista do jornal Luso-Fluminense, jornal
gratuito, que é publicado uma vez por mas com a particularidade de inserir nas
suas páginas a culinária portuguesa, graças ao empenho de Edna Valle.
Sem comentários:
Enviar um comentário