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sábado, 11 de agosto de 2018

Da minha intervenção na Ratel Web Rádio


Passei pela Alemanha duas vezes em serviço de reportagem, sempre convidado pelo TV Clube 1860 de Immenstad, na pessoa do meu querido amigo Carlos Borba, um português de sucesso naquela cidade do Sul da Baviera. Naturalmente que, em todas essas viagens, visitei
Munique, tendo passado pela cervejaria do Bayern, colosso do futebol alemão. Sempre fui bem recebido em Immenstad, principalmente na derradeira presença em que acompanhei (também ela convidada) a campeoníssima do mundo e olímpica, a maratonista Rosa Mota. Por conseguinte fiquei motivado por essas viagens, expressamente convidado com a representatividade do meu jornal de então, mais ligado à cultura dos alemães, ficando impressionado com a sua disciplina, maior incidências nas escolas onde os alunos tem um comportamento exemplar, conforme constatei numa das aulas a que assisti, por deferência da diretora de um colégio que, amavelmente, acedeu à minha pretensão, por intermédio do próprio Carlos Borba que chegou agora a Munique, depois de estar um ano na Finlândia e cinco no Japão.
Ora, porque a Alemanha já faz parte do meu trajeto jornalístico, fiz questão em assistir, em Petrópolis (Cidade Imperial), a BauernFest, promovida pela descendência alemã. Na realidade, pelo que verifiquei os alemães residentes em Petrópolis não esqueceram as suas raízes, com os seus trajes, com a sua forma de desfilar, com a sua contagiante alegria. Fez-me recordar uma das festas em que participei em Immenstad, com muita música e muita cerveja. Os alemães bebiam e eu comia um saboroso salchichão. Levantar um daqueles canecões de cerveja não era para mim. Eu me confesso: nesse sentido, sou mau jogador, melhor dizendo, mau bebedor. Voltando ao desfile, fiquei maravilhado, sobretudo por ver tanta criançada sorridente, participando com esfuziante alegria. Foi bonito de ver. Pelos vistos, o futuro da BaurnFest está assegurado. As bandas musicais (dos colégios), o folclore, a dança, tudo isso em perfeita harmonia. De resto, há que acrescentar que foram os alemães os primeiros colonos que chegaram a Petrópolis, situação ocorrida em 29 de Junho de 1845. Viajaram no navio Justine, que se dirigia para Sidney (Austrália), mas que acabou por rumar para o Rio de Janeiro, ao que consta por ter a bordo vários colonos doentes. No final desse mesmo ano (1845), 1921 alemãs já estavam em Petrópolis. Mais: 29 de Junho é feriado em Petrópolis para assinalar a chegada desses mesmos alemães. Para finalizar, tenho que me render a uma evidencia esta: nota 10 para a minha amiga Dóris Cattacini Gelli, ilustre poetisa e pessoa muita querida em Petrópolis. Está em todas, colaborando desinteressadamente. Dançou muito bem, passando, também ela, a sua forma de estar com o perfume do seu sorriso. Dóris tem ligações portuguesa (os seus avós, porque a mãe nasceu no Brasil) e italiana (pai), tendo também casado com um descendente italiano, daí o nome Dóris Cattacini Gelli. Uma das boas amigas que encontrei em Petrópolis e que está sempre de mão estendida para ajudar quem precisa. São preciosos os seus poemas, tendo já editado um livro que, inclusive, passou pelas minhas mãos. Fez questão em que eu fosse colunista do jornal Luso-Fluminense, jornal gratuito, que é publicado uma vez por mas com a particularidade de inserir nas suas páginas a culinária portuguesa, graças ao empenho de Edna Valle. 

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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