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quinta-feira, 9 de março de 2017

Do jornalista João Rocha



João Rocha, o Presidente dos verdes anos




clube de futebol é uma das primeiras escolhas que fazemos na vida. Muito antes da primeira namorada ou até das amizades, há que decidir qual a equipa do coração. Não teria mais de seis anos quando escolhi, para bem dos meus pecados, o Sporting Clube de Portugal.

A época temporal situa-se por volta de 1976. Não passava de uma criança, mas há paixões que sabemos ter a dimensão da existência.
 
O mundo era bem diferente. Havia apenas um canal de televisão (a RTP/Açores), a preto e branco, e a transmissão de um jogo de futebol assumia contornos de raridade.
Aprendi a sofrer e vibrar pelo Sporting, essencialmente, através das emoções radiofónicas. Os relatos eram o melhor dos fins-de- semana, além das inesquecíveis quartas-feiras europeias.
Ao longo da semana, o gosto pelo desporto era alimentado pela leitura do jornal “A Bola”, então trissemanário (segundas, quintas e sábados). Numa casa com quatro irmãos (dois do Sporting, dois do Benfica) ler o jornal de ponta a ponta era uma tarefa articulada e morosa, sujeita a discussões interrompidas a devido tempo pelo poder maternal.
Por estas alturas e nos anos seguintes, os adeptos sportinguistas conviviam regularmente com o doce sabor das vitórias. No futebol, no atletismo, no hóquei em patins, no andebol, no basquetebol, os êxitos leoninos eram corriqueiros às escalas nacional e internacional.
O universo sportinguista era constituído por autênticos foras de série. Manuel Fernandes, Jordão e Oliveira, no futebol, Carlos Lopes e Fernando Mamede, no atletismo, e o cinco inesquecível no hóquei em patins: Ramalhete, Rendeiro, Sobrinho, Chana e Livramento.
A todas estas estrelas, junto a figura inesquecível de João Rocha, falecido aos 82 anos de idade, em 2013, o Presidente dos Presidentes do Sporting (dará nome ao novo Pavilhão da maior potência desportiva de Portugal) e dos meus verdes anos.
Em 13 anos na presidência do clube de Alvalade (1973/86), conquistou a espantosa marca de 1265 títulos. 
Numa fria noite de dezembro, em 1999, à porta de um restaurante lisboeta, quase que esbarrei com João Rocha. Pedi desculpa e segui caminho.
Foi um dos maiores disparates da minha vida. O que eu gostaria de escrever era o seguinte: voltei atrás, chamei por João Rocha, disse que na minha ilha Terceira, nos Açores, há muitos sportinguistas e, obviamente, agradeci comovidamente tudo o que fez em prol do nosso fantástico clube.
Perdoe-me o atraso senhor João Rocha, mas fica aqui para a eternidade: “obrigado Presidente”.

joaorochagenio@hotmail.com

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

1 comentário:

  1. Tive o privilégio de contactar com João Anjos Rocha por ocasião da inauguração do Estádio de São Miguel (Sporting, 4 - Benfica, 3) e, posteriormente, em Angra do Heroísmo, com a vinda da comitiva do Sporting onde, entre outros, esteve incluído o grande maratonista Carlos Lopes. Congresso das Delegações e Casas do Sporting, evento que decorreu na sede do Sport Club Lusitânia.

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