RAFAEL - E o meu é
de Túlio Rivadávia:
Sonho de arte
Arte
Artista
Sonho
Sonhador
Sonho de arte
Artista sonhador
Sonha o artista
move o mundo
o mundo de sonhos
é o mundo do artista
é o meu mundo
que antes era imundo
mas com a arte
é inundo
inundo de sonhos
inundo de cores
MADRE DELMINDA –
Vocês escolheram muito bem as poesias de Jadir Vilela de Souza e Túlio
Rivadávia. E já vi que vocês mergulharam no livro Olhos nos Olhos de Rosa de Freitas
Souza. Tá Lindo demais. Acho que vocês podem preparar outros poemas. Teremos a
maior Noite da Poesia de todos os tempos. Olha, eu tenho vários outros poemas
na biblioteca. Vamos lá que eu vou ler para vocês.
JONATHAN, ANNA, GABRIEL – Ler?
MADRE DELMINDA – Em Braille.
JONATHAN – Que isso?
MADRE DELMINDA – É a escrita dos deficientes visuais. A Madre Esperanza
sempre dita pra mim e eu escrevo, fica mais fácil decorar. Vamos lá que eu vou
ler pra vocês e ensinar também o Braille. (SAEM)
FREI LUÍS – ENTRA COMENDO DOCE
E ENCONTRA FREI ALBERTO LENDO A BÍBLIA E A NOVIÇA MARIA RITA REZANDO. – Noviça
Maria Rita, a senhorita não vai preparar nenhuma poesia?
NOVIÇA MARIA RITA – Não gosto
de poesia e não gosto de você.
FREI LUÍS – E de doce a
senhorita gosta?
NOVIÇA MARIA RITA – Eerrr...
(MOSTRA A LÍNGUA)
(FREI LUÍS SAI, ENTRAM MADRE
JUSTINA E MADRE PIETRA)
(FREI ALFREDO COLOCA A BÍBLIA
NO ALTAR E VAI AO ENCONTRO DELAS. MARIA RITA PEGA A BÍBLIA E A ESCONDE)
MADRE PIETRA – Frei Alfredo,
eu estou preocupada com as crianças, só estudam o dia todo, acho que devem
brincar, dançar... Posso fazer uma amarelinha aqui para elas? Está chovendo lá fora.
FREI ALFREDO – Aqui? Bom, se
são delas o reino dos céus, quem sou eu para impedir?
MADRE JUSTINA – A Madre Pietra
veio me perguntar e eu achei melhor saber a opinião do senhor. Acho que ela tem
razão. Eu é que não fui acostumada a brincar, tive uma infância difícil.
Difícil, porém feliz. Aliás, o poema que escolhi me lembra muito meu pai.
Engenharia
Antônio Lourenço Xavier
O meu pai desde pequeno
se envolveu com a lavoura
E não estudou pipoca nenhuma,
mas foi um grande engenheiro!
Numa cantiga desafinada
e o sorriso alegre
comandava um engenho de cana
que jorrava garapa por todo
lado
tachos e mais tachos de melado
pilhas e mais pilhas de
rapadura
e era tanta fartura,
que adoçava o sorriso de todas
as pessoas
que apareciam lá em casa
e ainda atravessava o curto
caminho
e abastecia o povoado vizinho.
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