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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Do jornal A União



OS NOSSOS E OS OUTROS

 
Tal como em outras áreas, o dirigismo desportivo também enfrenta dificuldades de recrutamento de valores firmados. Hoje, o objetivo passa, em parte, por trazer antigos atletas que, por si só, podem passar conhecimentos adquiridos ao longo das suas respectivas carreiras. Por outro lado, antigos atletas enveredam pela carreira de treinador. E aqui creio que o número é muito maior, o que é
lícito compreender. Seguindo esta linha de raciocínio, as equipas terceirenses que disputam os campeonatos nacionais – II Divisão e Série Açores – dispõe de técnicos que registam interessantes passagens como futebolistas. E, curiosamente, todos os quatro – Francisco Faria, João Eduardo, Manuel da Costa e Hildeberto Borges -, têm como referência o Lusitânia, se bem que nenhum deles teve iniciação no clube verde-branco. É uma aposta que merece os maiores encómios, isto porque temos que valorizar o que é nosso, dando-lhes oportunidades para exercerem o que consideramos a sequência de uma dedicação ao futebol.
Ainda falando de “gente cá da gente”, agora virando para o dirigismo. Na verdade, não são muitos os que trilharam por esse estatuto. E já aqui tecemos comentários sobre a coragem de Ruben Silva, em momento crítico do Lusitânia, ter assumido o cargo de chefe de departamento de futebol. E mais: no momento em que alinhavamos este escrito, era apontado como futuro presidente da direção do clube, outra aposta que reforça o valor deste ex-atleta.
Dos outros, ou seja, os do lado de lá (dos Açores para Lisboa), foi feliz o presidente da direção da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, em se rodear por ex-jogadores que se notabilizaram e que são referências reconhecidas. Humberto Coelho, João Vieira Pinto e Pedro Resendes “Pauleta” fazem parte desse elenco. Pedro “Pauleta” que ainda continua a ser o melhor marcador da seleção nacional. E os açorianos terão que se orgulhar da presença do “Açor” no seio da FPF. Em tempos idos, lá tivemos o faialense José Manuel Novais Frayão e, também, no Conselho de Arbitragem, o terceirense Raúl Aguiar.
Por aqui no Brasil, e no que concerne a ex-jogadores dirigentes, Roberto Dinamite preside aos destinos do Vasco da Gama. E foi eleito por via de um sufrágio polémico, sucedendo ao carismático Eurico Miranda que, após muitos anos na presidência, não teve argumentos para ser reeleito. São, ao cabo, duas figuras veneradas pelos vascaínos, embora divididos por facões. Mas isto é normal acontecer em clubes de grande dimensão, como é o caso do Clube de Regatas Vasco da Gama.

NOTA FINAL – Em relação a Roberto Dinamite, tem sido muito contestado nos últimos tempos. E com alguma razão. O Vasco formou um elenco (entenda-se por plantel) para discutir os lugares de acesso a uma vaga para a Taça Libertadores de 2013 e, depois, paradoxal que possa parecer, vendeu quatro dos mais influentes jogadores – Diego Sousa, Allan, Rómulo e Fagner. Depois foi o que se viu, ou melhor, o que se tem visto em termos de exibições que deixam muito a desejar. Para, além disso, alguns dirigentes demitiram-se por discordarem da política seguida por Roberto Dinamite.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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