Festejar com espumante espanhol
Seguindo
a sequência do fato que relatei em relação à minha filha, o título de campeão
foi festejado com espumante espanhol. Aconteceu na casa de um fervoroso
sportinguista, o meu bom amigo Carlos Batelão.
Ele viveu
intensamente a disputa desse campeonato que, na verdade, foi renhido até à derradeira jornada, jornada essa em que fomos campeões ao derrotarmos, na sua própria casa, o mais direto competidor. A noite foi
bem divertida. Todos os que estiveram na casa de campo
do Carlos Batelão de lá saíram bem aviados. Eu, por exemplo, não sei bem como
cheguei a casa. Será que alguém me ajudou a subir três lances de escadaria...
Ainda hoje não sei. O que sei isso sim é que, na segunda-feira de manhã, após a
conquista do saboroso título, estava deitado na minha própria cama e quando
acordei senti na cabeça o peso do espumante espanhol. Depois, nessa mesma
segunda-feira, mais comedida, muito mais mesmo, a festa ainda continuou, mas
sem espumante espanhol. Não havia mais, porque beberam todas as garrafas que o
Carlos Batelão tinha em stock.Ele viveu
intensamente a disputa desse campeonato que, na verdade, foi renhido até à derradeira jornada, jornada essa em que fomos campeões ao derrotarmos, na sua própria casa, o mais direto competidor. A noite foi
Terminada
a minha missão, abandonei a cidade da Horta e nunca mais tive notícias do
Carlos Batelão. Mas, onze anos volvidos, fui lá de férias e o Carlos continuava
bem disposto. Só que, infelizmente, para todos nós, essas férias não deram para
estarmos todos juntos, atendendo a que, no dia 9 de Julho (cheguei no dia 6), a
cidade foi sacudida por um terramoto que fez oito vítimas e que, pela sua
intensidade, destruiu muitas dezenas de habituações. O forte abalo telúrico
aconteceu às cinco horas e vinte minutos da madrugada do dia 9, seguido de
contínuas réplicas. Acabaram as minhas férias e também o meu firme propósito de
voltarmos a ter uma noite animada em casa do Carlos Batelão. Mas o pior foram
aqueles que morreram soterrados e as muitas famílias que ficaram sem habitação,
passando por momentos difíceis.
Já
havia passado por situação semelhante, no dia 1 de Janeiro de 1980, em Angra do
Heroísmo, quando a ilha Terceira também foi fortemente atingida, mas aqui foi
muito pior, ceifando cinquenta vidas. De resto, as habitações não escaparam a
esse fenómeno da natureza, construídas com cimento, placas e cintas de ferro.
Essas resistiram. Melhor, as dos ricos, para mais construídas sem consistência.
A reconstrução passou, então, para anti-sismica, quer em Angra, quer na Horta.
Como é habitual dizer-se, “depois de casa roubada, trancas na porta”. Um dia
isso tinha de acontecer, tratando-se de ilhas de origem vulcânica. Só depois
dos referidos terramotos, é que muita gente se apercebeu que as suas casas não
ofereciam segurança alguma, exceto aquelas que foram.
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