Eça e o
motivo do regresso
Quando aludo ao legado clássico em Eça, não ignoro nem omito que, de um ponto
de vista formativo, não é essa a sua matriz dominante, mas antes a
francesa, conforme o próprio escritor reconheceu, nos poucos textos
autobiográficos que deixou: concretamente, em “0 ‘Francesismo'” (provavelmente
de 1886 ou 87) e “Um Génio que era um Santo” (1896). Por outro lado e
continuando, por alguns momentos mais, em clave biográfica, parece evidente que
os motivos profissionais que fizeram de Eça, por quase toda a vida, um
“exilado” por vontade própria concorreram certamente para o destaque que no seu
imaginário pessoal ocupam temas e atitudes que importa aqui ter em conta: o
tema do exílio (ainda que, repito, por escolha própria), a vivência da saudade
e o culto da distância como critério de análise crítica. Tudo isso e ainda o
regresso, interpretado como motivo de reencontro com a pátria ausente e, de
novo, oportunidade para ponderação crítica, por confronto com o estrangeiro em
que Eça viveu quase toda a sua vida adulta.
(“Eça de Queirós e o motivo do regresso”; artigo
integral)
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