O futebol, meu “metier”
durante mais de quatro décadas, é o tema de hoje. Um tema que tem a ver com os
desideratos das seleções de Portugal de futebol e do futsal.
Ano de 1966 – Estava eu em
Angola, concretamente na Vila General Machado, e via rádio, pela voz do saudoso
Artur Agostinho na antiga Emissora Nacional, acompanhei todos os jogos da
seleção lusa. Escusado será dizer que, à semelhança de milhares de portugueses
espalhados pelos quatro cantos do mundo, sofri no jogo ante os coreanos.
Estivemos a perder por 3-0 e viramos para 5-3 graças à inspiração (mais uma) do
“pantera negra” Eusébio da Silva
Ferreira, daí que tenha surgido a frase “Rei
Morto (Pelé), Rei Posto (Eusébio). E em corolário dessa brilhante campanha, foi
comemorar com a obtenção do terceiro lugar.
Anos volvidos, já inserido
na minha carreira de jornalista, estive em Angra do Heroísmo com Artur
Agostinho e o selecionador dessa altura José Maria Antunes, nas comemorações
dos 75 anos da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, efeméride com
ligação ao trigésimo aniversário do Clube Nacional da Imprensa Desportiva,
vulgo CNID, dai que tenha seguido para Lisboa para acompanhar as celebrações do
CNID do qual fui representante nos Açores. Dos colóquios às homenagens
prestadas a todos os que estiveram em Inglaterra em 1966, desde técnicos,
médico, massagista, dirigentes,
jogadores e jornalistas. Recordo que o meu querido chefe de redação de A Bola,
Vítor Santos, foi representado pelo seu sobrinho Rui Santos. Um reencontro,
também, com outros amigos conhecidos, entre os quais Hilário, Juca e Mário
Lino.
Os dois títulos nos Mundiais
de sub-20 sob o comando de Carlos Queirós merecem ser referidos e enaltecidos.
Marcou o início de uma época áurea do futebol jovem em Portugal. Carlos Queirós
que, mais tarde, também assumiu a seleção principal, mas, infelizmente, não
teve o esperado sucesso.
Em 2004, no Europeu
disputado em Portugal, chegamos à final e fomos derrotados pela Grécia, a única
seleção que nos derrotou por duas vezes. Uma seleção portuguesa comandada pelo
técnico brasileiro Luís Felipe Scolari que, manda a verdade dizer, realizou um
bom trabalho. Nunca tínhamos chegado a uma final até a esse ano de 2004, um mês
antes de eu abalar para o Brasil. Estava eu na ilha do Faial a acompanhar os
jogos pela televisão, obviamente.
No Mundial de 2006, também
uma presença condigna, disputando o terceiro lugar com a Alemanha. Perdemos por
3-1 e ficamos com o quarto lugar. Sonhamos com a final, mas não deu para lá
chegar.
Em 2010 e 2014,
respectivamente, na África do Sul e no Brasil, classificações que não
satisfizeram. No Brasil, foram muitos os portugueses que ficaram decepcionados.
Depois, em 2016, na França,
o grande desiderato ao chegarmos ao título europeu e logo no esgrimir com a
França, país anfitrião. Foi o delírio em Portugal e por todas as comunidades
portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Um título com o
selecionador Fernando Santos que sempre acreditou nos jogadores que estiveram à
sua disposição. A esmagadora maioria que, também, contribuiu para o apuramento
ao próximo mundial a disputar na Rússia este ano. Será desta que vamos
conquistar o tão ambicionado título? O Europeu já cá canta. Falta este. Força
Portugal!
E de força Portugal,
registe-se o título europeu no futsal conquistado frente à poderosa Espanha.
Também outra modalidade em que têm sido visíveis os progressos quer ao nível de
clubes quer ao nível de seleções. E não é por mero acaso que temos o melhor do
mundo, Ricardinho.
Futsal de Portugal, Campeão
da Europa. Futsal nos Açores que tardou a ser implantado, isto por casmurrice
de um antigo Diretor Regional do Desporto. E mais não digo.
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