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sexta-feira, 24 de maio de 2019

ISIDRO BELO UM "BACK" DO OUTRO TEMPO


ISIDRO BELO UM "BACK" DO OUTRO TEMPO

 Futebol de outros tempos, na ilha Terceira, era praticamente marcado pela hegemonia do Lusitânia, interrompida uma vez por outra pelo rival Angrense. E numa dessas vezes o emblema da águia logrou o maior feito do futebol açoriano ao ter afastado o poderoso Marítimo da Madeira na famigerada eliminatória
Açores-Madeira, mais tarde abolida para gáudio de todos aqueles que sempre defenderam a verdade desportiva, isto é, Açores e Madeira seguindo os seus respectivos trajetos sem se confrontarem na dita eliminatória. Claro que o Angrense para lá chegar teve que, primeiramente, chegar ao ceptro de campeão da Terceira e dos Açores.

As equipas da Praia nesse tempo sempre davam um ar da sua graça, mas os campeonatos acabariam por ficar sempre em Angra. Volvidos alguns anos é que o Praiense quebrou essa supremacia, através de uma equipa onde pontificavam jogadores de excelente craveira.

Mesmo assim, com o Lusitânia e o Angrense, rivais de sempre e competidores diretos, açambarcando títulos (mais o Lusitânia que chegou a 11 consecutivos), os jogos com as equipas da Praia não deixavam de ser renhidos, sobretudo nos disputados no reduto dos praienses, o velho Municipal da Praia. No Sport Praiense, tivemos um “back” antigo que era praticamente meu vizinho, creio que depois de arrumar as botas. Trata-se do Isidro Belo, ainda parente do avô do Valdemar Belo, que nada quis com o futebol (os filhos sim), optando pelo basquetebol onde se notabilizou. O avô do Valdemar, como se sabe, tinha uma oficina de barbeiro na descida do Alto das Covas.

O Isidro Belo, que fixou residência na Rua dos Canos Verdes e depois emigrou, impunha-se pelo seu notável porte atlético. Creio que ainda fez parte de um “onze” que englobava o Baunilha, vulgarmente conhecido pelo “argentino” e que mais tarde veio representar o Lusitânia.

Os filhos do Isidro Belo, o Isidoro e o Vítor, também emigrados e que hoje são nossos companheiros no facebook, também se entusiasmaram pela prática do futebol, representando, respectivamente, o Marítimo e o Angrense. E, curiosamente, há dias vimos uma foto do Isidro Belo tirada durante o casamento do Nandinho, filho do Gualter “russo”, e já agora cunhado do Paulo Henrique Bettencourt da Realsom. O Isidro era vizinho do Gualter e velhos amigos. Fica-me a dúvida se havia algum parentesco entre ambos. E por ali também morava o Francisco da Fonseca, o Pira como era conhecido e que ainda tive o privilégio de encontrá-lo na minha primeira deslocação aos Estados Unidos que remonta ao ano de 1977. Também ao lado o Carlos Cassis. E para que fique completo, a família do senhor Jacinto, pai do Orlando, Jorge, João Gabriel (RIP) e Paulo Marcelino. E porque a Rua dos Canos Verdes era célebre pelos futebolistas que lá residiam, lá ao fundo a família do António Rosa (António “da amiga”), pai do Carlos António (RIP), António (RIP) e Ricardo Osvaldo, estes os futebolistas, atendendo a que ainda havia um casal de filhos. E para voltarmos um pouco para a esquerda da Rua dos Canos Verdes, claro que recuando no tempo, ainda temos o Mendonça (madeirense que veio para o Lusitânia e depois se transferiu para o Marítimo), o faialense Vitor Azevedo que foi guarda-redes, Paulo Dias, Eduardo Nunes, Eurico (também emigrado), Jorge Ávila “Yaúca” (dançarino de se lhe tirar o chapéu e hoje fotógrafo do Portuguese Tribune, jornal do irmão Zezé Ávila) e mais para o fim dessa mesma esquerda o Aristides, mas este despontou mais tarde. E já agora, na esquina com a Rua da Oliveira, o José Nicolau Garcia, o “Chico Cavilha”. Não podia ser esquecido.

E foi pelo fato de recordar o Isidro Belo que completamos um pouco o ciclo dos futebolistas que residiam na Rua dos Canos Verdes. Como eu sempre dizia os meus ilustres vizinhos. 

PS – Já depois de ter deixado de jogar futebol, o Fernando Valentim (RIP) passou da Rua de Jesus para a Rua dos Canos Verdes. Contudo, uma descendência futebolística, o filho João Paulo, que passou por alguns clubes da ilha, tendo se iniciado no Lusitânia.


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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