ISIDRO BELO UM "BACK" DO OUTRO TEMPO
Futebol de outros tempos, na ilha Terceira, era praticamente marcado pela hegemonia do Lusitânia, interrompida uma vez por outra pelo rival Angrense. E numa dessas vezes o emblema da águia logrou o maior feito do futebol açoriano ao ter afastado o poderoso Marítimo da Madeira na famigerada eliminatória
Açores-Madeira, mais tarde abolida para gáudio de todos aqueles que sempre defenderam a verdade desportiva, isto é, Açores e Madeira seguindo os seus respectivos trajetos sem se confrontarem na dita eliminatória. Claro que o Angrense para lá chegar teve que, primeiramente, chegar ao ceptro de campeão da Terceira e dos Açores.
As equipas da Praia nesse tempo sempre davam um ar da sua graça, mas os campeonatos acabariam por ficar sempre em Angra. Volvidos alguns anos é que o Praiense quebrou essa supremacia, através de uma equipa onde pontificavam jogadores de excelente craveira.
Mesmo assim, com o Lusitânia e o Angrense, rivais de sempre e competidores diretos, açambarcando títulos (mais o Lusitânia que chegou a 11 consecutivos), os jogos com as equipas da Praia não deixavam de ser renhidos, sobretudo nos disputados no reduto dos praienses, o velho Municipal da Praia. No Sport Praiense, tivemos um “back” antigo que era praticamente meu vizinho, creio que depois de arrumar as botas. Trata-se do Isidro Belo, ainda parente do avô do Valdemar Belo, que nada quis com o futebol (os filhos sim), optando pelo basquetebol onde se notabilizou. O avô do Valdemar, como se sabe, tinha uma oficina de barbeiro na descida do Alto das Covas.
O Isidro Belo, que fixou residência na Rua dos Canos Verdes e depois emigrou, impunha-se pelo seu notável porte atlético. Creio que ainda fez parte de um “onze” que englobava o Baunilha, vulgarmente conhecido pelo “argentino” e que mais tarde veio representar o Lusitânia.
Os filhos do Isidro Belo, o Isidoro e o Vítor, também emigrados e que hoje são nossos companheiros no facebook, também se entusiasmaram pela prática do futebol, representando, respectivamente, o Marítimo e o Angrense. E, curiosamente, há dias vimos uma foto do Isidro Belo tirada durante o casamento do Nandinho, filho do Gualter “russo”, e já agora cunhado do Paulo Henrique Bettencourt da Realsom. O Isidro era vizinho do Gualter e velhos amigos. Fica-me a dúvida se havia algum parentesco entre ambos. E por ali também morava o Francisco da Fonseca, o Pira como era conhecido e que ainda tive o privilégio de encontrá-lo na minha primeira deslocação aos Estados Unidos que remonta ao ano de 1977. Também ao lado o Carlos Cassis. E para que fique completo, a família do senhor Jacinto, pai do Orlando, Jorge, João Gabriel (RIP) e Paulo Marcelino. E porque a Rua dos Canos Verdes era célebre pelos futebolistas que lá residiam, lá ao fundo a família do António Rosa (António “da amiga”), pai do Carlos António (RIP), António (RIP) e Ricardo Osvaldo, estes os futebolistas, atendendo a que ainda havia um casal de filhos. E para voltarmos um pouco para a esquerda da Rua dos Canos Verdes, claro que recuando no tempo, ainda temos o Mendonça (madeirense que veio para o Lusitânia e depois se transferiu para o Marítimo), o faialense Vitor Azevedo que foi guarda-redes, Paulo Dias, Eduardo Nunes, Eurico (também emigrado), Jorge Ávila “Yaúca” (dançarino de se lhe tirar o chapéu e hoje fotógrafo do Portuguese Tribune, jornal do irmão Zezé Ávila) e mais para o fim dessa mesma esquerda o Aristides, mas este despontou mais tarde. E já agora, na esquina com a Rua da Oliveira, o José Nicolau Garcia, o “Chico Cavilha”. Não podia ser esquecido.
E foi pelo fato de recordar o Isidro Belo que completamos um pouco o ciclo dos futebolistas que residiam na Rua dos Canos Verdes. Como eu sempre dizia os meus ilustres vizinhos.
PS – Já depois de ter deixado de jogar futebol, o Fernando Valentim (RIP) passou da Rua de Jesus para a Rua dos Canos Verdes. Contudo, uma descendência futebolística, o filho João Paulo, que passou por alguns clubes da ilha, tendo se iniciado no Lusitânia.
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