SOBRE O PORTO, AINDA...
... e a propósito do que para mim é uma saudável discussão:
Quando falei de «lados» não me referia, exclusivamente, a partidos.
Todos sabemos -- embora poucos o admitam -- que existe uma amálgama de interesses que condicionam esta discussão.
O interesse partidário, que, de facto, existe, é somente um entre tantos.
O problema é que esse «partidarismo» está longe, na maioria dos casos, de representar uma opção e uma opinião políticas esclarecidas que visem o bem do Faial e dos faialenses e dos açorianos, por essa via.
Pelo contrário, infelizmente, resume-se à tentativa de instrumentalização do sistema, de poder e oposição, em benefício de ambições e conveniências pessoais ou de grupo, ou simplesmente com o objetivo de garantir ou alcançar cargos apetecíveis.
O que eu quero dizer, para ser claro, é que estão em causa, para além de interesses económicos, talvez os mais aceitáveis, carreiras políticas, sejam elas penduradas no poder vigente, sejam abrigadas numa confortável oposição, bem como expetativas de benefícios, de que as pessoas podem usufruir por direito próprio mas que encaram como uma benesse de quem os atribui.
Continuamos, por isso, a anos-luz de uma cidadania consciente e livre.
Por mim, sou, sem rodeios, pela revisão global do projeto do porto, mesmo que tal implique o sacrifício do presente e do futuro próximo com o adiamento das obras e desperdiçando o acesso a verbas disponíveis.
Isto não tem a ver com engenharias ou arquiteturas, mas baseia-se na convicção de que o nosso porto perdeu qualidade com o que lhe fizeram e está em risco com o que lhe querem fazer, apesar de certas melhorias que, obviamente, ocorreram.
Estarei errado? Provavelmente.
Todavia, enquanto as convicções e alguma capacidade de ter raciocínio próprio me assistirem, não arrepiarei caminho.
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