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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Quando o Jorge "Matateu" passava a bola por baixo das longas pernas do José do Couto


Quando o Jorge "Matateu" passava a bola por baixo das longas pernas do José do Couto

Reencontros com amigos de longa data são sempre agradáveis, sobretudo quando se trata de jogadores de futebol com quem convivi nos clubes por onde passei e, também, em outras situações, nomeadamente nos tempos em tínhamos o vício de pontapear a bola, quer no clube que representava quer em jogos escolares, citando, por exemplo, os jogos Escola Industrial – Liceu de Angra.
Ora, estive com dois amigos protagonistas nas referidas situações e ambos emigrados para a Diáspora, um para a Costa Leste e o outro para a Califórnia. Refiro-me concretamente a Clínio Fernandes, que nunca foi um jogador tão bom como o seu irmão José Agostinho (já falecido), e a Jorge “Matateu” que conheci no Angrense no tempo em que fui adjunto do capitão Fernando Lopes e o acompanhei numa digressão (1977) aos Estados Unidos e ao Canadá.

Do Clínio Fernandes, lembro-me de um jogo no Municipal de Angra, numa quarta-feira à tarde, entre Escola Industrial e o Liceu de Angra, estava eu jogando a defesa central e no meio-campo o seu irmão José Agostinho. A dada altura, o Clinio surge nas minhas costas e vai para se isolar diante do nosso guarda-redes, mas fui rápido, bati com os pés no chão, o Clinio olhou para trás e foi o “timing” exato para eu lançar a bola pela linha lateral e consequentemente conjurar o perigo. Quão foi importante bater com os pés no chão para “assustar” o adversário.

O Jorge “Matateu”, à porta do Café Aliança, entrou num “papo” de futebol. Não podia deixar de ser, foi a opção, até porque podia falar de mulheres. Mas futebol está no seu sangue. De tanta coisa que recordou e veio esta: “o que mais gostava era de passar a bola por baixo das pernas do Couto, eu que era pequeno e ele muito grande”. Ri que me fartei e, depois de terminarmos esta cavaqueira, entrei no Aliança, sentei-me no meu “cantinho” habitual (naquela hora estava sempre à minha disposição) e liguei para um amigo para me dizer se o José do Couto estava por ali perto. Não estava não. Do outro lado da linha, acrescentou: “deve estar a jogar à sueca”. Acreditei piamente no que me disse o FM, visto que, a única vez que vi o Couto nesta minha deslocação à Terceira, foi a jogar à sueca no dia da tourada do caminho da Serreta. Foi sempre mais fácil ver o filho Marcos quando entrava no Café Aliança ou então quando se dirigia para a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. No dia em que recebi a Medalha de Mérito Desportivo no Salão Nobre da Câmara Municipal quando o cumprimentei (era o último da fila) em tom de brincadeira disse-lhe “que estava crescendo muito”. Tal e qual como o pai, agora dedicado ao jogo da sueca.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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