Tenho certa ligação com a família do Dr. António Recendes. Conheci muito bem o pai, a falecida irmã (Dolores Resendes) que trabalhou muitos anos no Rádio Clube de Angra como controladora de som (era assim que se dizia) e com quem também tive o privilégio de manter uma salutar amizade nos tempos em que passei pelo RCA na qualidade de colaborador e editor desportivo.
Cheguei a contabilizar as vezes que o Dr. António Resendes se deslocava ao Brasil, concretamente para o Estado da Bahia. Nos últimos tempos, fiquei admirado pelo facto de não mais saber das suas viagens até a este país onde me encontro. Até cogitei na hipótese de ele ter virado agulhas para a Argentina.
Na minha recente viagem à ilha Terceira onde fui homenageado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo com a atribuição da Medalha de Mérito Desportivo Municipal, o Dr. António Resendes, sabendo que o Café Aliança (situado no coração da cidade de Angra do Heroísmo) estava a ser o meu “Quartel-General”, procurou-me para matarmos saudades, sobretudo do tempo em que fazia parte do nosso grupo de amigos (nessa altura estava estudando) e, naturalmente, também falarmos um pouco deste Brasil que ele tanta venera. A dado momento fui surpreendido pelo facto de ele me dizer que há mais de dois anos que não rumava até Salvador da Bahia, isto porque havia casado com uma baiana e que ela já estava na ilha Terceira regularizada.
Como também é especialista em doença dos diabetes, o Dr. António Resendes aconselhou-me a mudar a pesagem dos comprimidos que tomo diariamente, para além de outras importantes indicações que pelo próprio me foram passadas. Digamos que juntei o útil ao agradável, isto é, o reencontro com este velho amigo e ter a oportunidade de uma consulta de borla em pleno Café Aliança. Confesso que celebramos com uma fresquinha. E esta cavaqueira durou cerca de três horas. Quando me levantei, verifiquei que o chão estava cheio de farele. Coisas que acontecem quando muito se fala.
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