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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

domingo, 10 de novembro de 2019

Encontro número 6


Como em tudo, o domingo de manhã – e não só – no Café Aliança é tranquilo. Os empregados, clubisticamente falando, estão divididos, mas ali não há brigas. Apenas aspectos irónicos quando os respectivos clubes perdem. E então se o Benfica é derrotado todos para cima do cliente Mamadu Seidi.

Graziela lembra-se do Seidi jogar no Lusitânia e, também, do namoro com a Alexandra. Disse à Jaqueline que, nesta minha recente viagem à ilha Terceira, tinha passado bons momentos com o Seidi neste café onde nos encontramos às segundas, quartas, sextas e domingos, para estes papos que levo até aos meus leitores-seguidores.

Jaqueline, mantendo a mesma rota do Corpo Santo, queria saber do Jardim de Cantagalo no tempo da minha infância, nomeadamente, tarefa nada difícil.  Ali fazíamos grandes jogatanas de futebol, mas quando chegava o navio para transportar gado, a “nossa festa” era estragada porque era ali que o gado se concentrava para depois seguir para o Porto das Pipas a fim de embarcar nas lanchas que faziam o embarque e desembarque. Outros tempos. A história dessas lanchas, dos seus mestres (muitos deles, meus amigos), nunca será esquecida, como também a merda que o gado lá deixava e que, durante alguns dias, nos impossibilitava de pontapear a bola.

No Jardim de Cantagalo também brincávamos nos barcos de pesca da albacora, barcos esses que ali estavam inoperantes. De resto, o Jardim de Cantagalo, aglomerava muita gente nas touradas do Porto das Pipas, no tempo em que havia o tradicional touril e que os touros chegavam a pé, vindos do mato. Era uma alegria assistir à chegada dos animais.

Disse à Jaqueline que lá pelas Américas (Califórnia) ainda se fala de Cantagalo, sobretudo em conversas que protagonizam Franklin DeOliveira, que passou ali parte da sua infância-juventude. E, hoje, por brincadeira, ele sempre fala na “Universidade de Cantagalo”. Uma “Universidade da Vida” para alguns. Ó “irmão”, viva Cantagalo!

No fim, a Jaqueline disse-me que ficou mais enriquecida com o Cantagalo do passado.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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