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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O terceiro encontro


Nesta segunda-feira, chegamos ao Café Aliança e, como sempre, o movimento já era grande. O habitual lufa-lufa dos empregados. Agora já sabem que são dois cafés para despertar e, consequentemente, ficarmos concentrados no diálogo que levamos até aos nossos leitores, adiantando que os proprietários do Café Aliança não pagam pela publicidade. Sempre digo que aos amigos peçamos coisas honestas. E quando já estávamos na onda, passou a doceira do café com Donas Amélias. Que delicia, comentou a Jaqueline. Disse-lhe que a senhora era belíssima funcionária, aliás, como todos os outros, desde a cozinha até à confecção dos doces e salgados. Um facto curioso é que a Jaqueline nunca tinha entrado no Café Aliança. Gostou e é para ficar. Mas, entretanto, surge uma figura muito conhecida e a Jaqueline não perdeu a oportunidade para dizer o seguinte: “Para aquele senhor, as touradas deviam ser o ano inteiro, ele que gosta muito de percorrer as casas das touradas a que assiste para comer uma coisinha”. De repente, virei-me para o balcão e lá estava o cidadão citado pela Jaqueline. E até pensei: ali no balcão temos gato. Ele mesmo, o gato. 

Virando agulhas e continuando a falar do bairro do Corpo Santo no tempo passado, Jaqueline sabia um pouco da história do Sport Club Marítimo e disse-me que também ela esteve muitas vezes presente nas habituais verbenas dos sábados, muito concorridas e de portas abertas a todos. E foi nesta sequência que a Jaqueline me questionou se por ali no bairro tínhamos mais lusitanistas ou mais sportistas? Apanhou-me de surpresa, mas fui dizendo que sempre notei equilíbrio, ou seja, cinquenta-cinquenta.

Uma ligeira pausa. Jaqueline muita curiosa em relação às pessoas que entravam no café, muitas delas nossas conhecidas. Quis saber, também, porque motivo o José António Pacheco nunca tinha casado? Respondi: Segundo creio, ele acha que é muito melhor assim. Insistiu a Jaqueline: E nem uma mulher brasileira o caçou em definitivo? Também penso que não. E mais te digo que, no meu entender, o José António Pacheco está no caminho certo. E acabamos de falar neste personagem quando ele entrou e, como habitualmente, com as regras da sua boa educação, veio nos cumprimentar, com um sorriso de satisfação por nos ver ali. Aliás, a mesa está para nós reservada entre as 9 e as 10 horas. Com a Jaqueline é sempre uma hora de conversa e nada combinado previamente.
Agora é esperar pela quarta-feira. 

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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