Pois
é... O tal Romance
Por: Carlos Alberto Alves
O Romance morreu de velho e o Amor
foi ao seu enterro! Num dia em que a Paixão se vestiu de negro e a Atração
deixou ficar a Libido em casa! No dia em que o
Romance morreu de velho, não
houve quem não comentasse se não teria sido puro atentado e os mais extremistas
vieram logo dizer, que teria sido assassínio de um amante mais revoltado! Mas
não, confirma-se aqui e desde já a verdade: o Romance morreu de velho! Num dia,
em que ninguém lhe escreveu cartas de amor, porque estão em desuso! Num dia em
que os bilhetinhos de amor foram subtraídos pelas notas de recados das tarefas
das rotinas domésticas e pelos post-its, indicando reuniões de trabalho! No dia
em que o Romance se cansou, sentou-se numa cadeira, aguardando carícias de
alguém, mas só lhe deram uma palmada apressada nas costas, pedindo-lhe que se
despachasse para não se atrasar! O Romance morreu de velho, vestindo roupas mal
passadas a ferro, uns jeans desbotados e o cabelo amassado de lado! Estava
cansado, desmoralizado pela falta de palavras de ânimo e incentivo! E quando
sentiu subirem-lhe suores frios pela testa, o Romance recordou momentos de
flores trocadas, rosas brancas, de paz e tranquilidade e vermelhas, de amor
louco, destemido e voraz! Ninguém lhe abria mais a porta, ninguém lhe dizia a
sorrir, que ele o fazia rir! O Romance esperou sentado que alguém o levasse a
jantar fora, mas só o convidavam para refeições apressadas, de fast food, mal
servida e mal digerida, em mesas mal arranjadas, sem velas, nem pétalas como se
recordou em tempos de tanto ter apreciado! O Romance morreu de velho e deixou
amantes vazios, sem grandes atos e demonstrações de amor, sem surpresas e
prendinhas de agradecimento, encarando a TV, a sentir, sem saberem bem o quê,
inundados de apatia, de uma antes enorme euforia! O Romance morreu, a olhar por
uma janela, com vista para o mar, mas deixou cair os olhos, já não tinha
vontade de navegar! Em tempos, quando era jovem, o Romance partiu à aventura,
sem pensar no ontem, nem se lembrar do amanhã! Agora, que o Romance morreu de
velho, cansado à espera de algo, que de novo o fizesse arribar, deixa-nos uma
grande lembrança, para que não se perca a esperança: Lembrem-se de mim!
NOTA FINAL – Lembrem-se de mim! Sabem
onde estou... Sabem que ainda estou bem vivo. Sabem que o meu trajecto
jornalístico é um aquilatável Romance. Nem necessito de fazer propaganda. As
palavras dizem tudo... Sabem, sim, que ainda vou continuar por mais alguns
anos. Não tenham dúvidas. Arrumar as chuteiras? Ainda não... Ainda estou com
muita pujança, embora reconheça que, pelo avanço da idade, não sou jogador para
entrar na alta bolsa das transferências. Porém, não se iludem, visto que ainda
marco os meus golos. Todo o dia marca um... De todas as formas e feitios... Não
vou, porém, referenciar a minha grande especialidade. Se o fizesse, teria à
minha porta um camião cheio de cartas para uma possível contratação. E viriam
deste Brasil lés-a-lés. Do exterior, dispenso...1 Já me habituei ao uso da moeda
(real), da comidinha acompanhada por arroz e feijão e a outras coisas
deliciosas que existem neste país. E que deliciosas... Não estou pensando
naquilo que vocês ao lerem esta matéria cogitam. Não sejam maldosos (rssss)...
1 Splish Splash e A União são
casos especiais e, como tal, não fazem parte do enquadramento... “do exterior
dispenso”.
NOTA SPLISH SPLASH
O autor, português residente no
Brasil há mais de 6 anos, considera, e bem, o Splish Splash e A União como “do
exterior”, porquanto ambos os sites têm origem portuguesa; o primeiro da cidade
do Porto e o segundo da Região Autónoma dos Açores. Porém, no caso em apreço o
autor não os mete no mesmo saco e, diga-se, também muito bem, porquanto, quer
um quer outro site advogam o apanágio da pluralidade intercontinental e, como
tal, a palavra “origem” há muito que serve apenas para os situar. E, por
motivos óbvios, no que ao Brasil se refere é como se estivessem fora cá dentro.
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