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segunda-feira, 12 de março de 2018

Os "Monstros Sagrados" jamais serão esquecidos - Machado de Assis



Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
Machado de Assis

A amizade é como um círculo e como um círculo não tem começo nem fim.
Machado de Assis

A primeira glória é a reparação dos erros.
Machado de Assis

As ocasiões fazem as revoluções.
Machado de Assis

O amor é o rei dos moços e o tirano dos velhos.
Machado de Assis

O amor é o egoísmo duplicado.
Machado de Assis


Não se perde nada em parecer mau - ganha-se tanto como em sê-lo.
Machado de Assis

Também a dor tem suas hipocrisias.
Machado de Assis

O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.
Machado de Assis

Dormir é um modo interino de morrer.
Machado de Assis

O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.
Machado de Assis

Amor repelido é amor multiplicado.
Machado de Assis

De todas as coisas humanas, a única que tem o fim em si mesma é a arte.
Machado de Assis

O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.
Machado de Assis

A vaidade é um princípio de corrupção.
Machado de Assis

Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular.
Machado de Assis

Suporta-se com muita paciência a dor no fígado alheio.
Machado de Assis

A fortuna troca, às vezes, os cálculos da natureza.
Machado de Assis

Ruínas


(...)
Risos não tem, e em seu magoado gesto 
Transluz não sei que dor oculta aos olhos; 
— Dor que à face não vem, — medrosa e casta, 
Íntima e funda; — e dos cerrados cílios 
Se uma discreta muda 
Lágrima cai, não murcha a flor do rosto; 
Melancolia tácita e serena, 
Que os ecos não acorda em seus queixumes, 
Respira aquele rosto. A mão lhe estende 
O abatido poeta. 
Ei-los percorrem 
Com tardo passo os relembrados sítios, 
Ermos depois que a mão da fria morte 
Tantas almas colhera. 
Desmaiavam, nos serros do poente, 
As rosas do crepúsculo. 
“Quem és? pergunta o vate; o sol que foge 
No teu lânguido olhar um raio deixa; 
— Raio quebrado e frio; — o vento agita 
Tímido e frouxo as tuas longas tranças. 
Conhecem-te estas pedras; das ruínas 
Alma errante pareces condenada 
A contemplar teus insepultos ossos. 
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo 
Sinto não sei que vaga e amortecida 
Lembrança de teu rosto.” 

Desceu de todo a noite, 
Pelo espaço arrastando o manto escuro 
Que a loura Vésper nos seus ombros castos, 
Como um diamante, prende. Longas horas 
Silenciosas correram. No outro dia, 
Quando as vermelhas rosas do oriente 
Ao já próximo sol a estrada ornavam 
Das ruínas saíam lentamente 
Duas pálidas sombras: 
O poeta e a saudade.

Machado de Assis

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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