485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

sábado, 4 de agosto de 2018

Da minha intervenção na Ratel Web Rádio



Quando eu aqui no Brasil aplico "está muito anafado", ninguém sabe o que eu quero dizer. Por brincadeira, às vezes, vou dando esta pista... "que é do muito que se come" e da muita cerveja que bebem. Por aqui chegam lá ao significado do anafado. E também por ironia costumo dizer que é de "cantar o fado". Bom,
fado eles sabem o seu sentido. Se não soubessem, aí sim, diria que eram uns enormes acéfalos. Tenho visto algumas fotos de amigos, um deles fico cogitando: um rapaz ainda tão novo e, volto à carga, muito anafado. Este sim, quase formado em história, sabe muito bem que anafado quer dizer... Quer dizer o que é? Engordar. E daí dizer-se que está gordo, bem tratado, com peso avantajado, mas correndo alguns riscos desse excesso. O dito cujo amigo, também foi jogador de futebol e árbitro. Era forte, mas não gordo. Deixou a atividade, entrou numa de comer sem grande regra, sentou-se demasiado em frente do computador, não faz caminhada matinal (segue o meu exemplo, todos os dias às 7 da matina), e lá vai disto. Ó Evaristo tens cá disto? Sim, esse grande personagem, Vasco Santana, também era um desses anafados por excelência. Mas, voltando aos jogadores de futebol após cessarem a sua carreira, a maioria passa as marcas do equilíbrio, ou seja, são uns anafados, ficam barrigudos. Bem conservados ficam aqueles que caminham que fazem regularmente as suas peladinhas, ou então aqueles que fecham a boca. Mas, para muitos, aí é que reside o problema. Aí, aí, um termo muito utilizado pelos brasileiros. Quase sempre, a meio de uma conversa, vem e aí, e aí. Verdade, e aí, meu caro Branco? Vocês não se lembram do Branco? Perguntem ao Miguel Azevedo que ele tem a resposta na ponta da língua. Muitos vão pensar: se é branco e porque não é negro. Inteligentes esses. O Branco foi aquele lateral-esquerdo, campeão do mundo, que foi para o Futebol Clube do Porto na época do Madjer. Na época em que o clube foi campeão europeu. Agora sim, palminhas e mais palminhas, todos se recordam. Aquele pé canhão, esquerdino nato. Estava eu, como sempre, a tomar café na padaria do Manuel de Aveiro  quando alguém me perguntou: conhece aquele amigo que está ali? Olhei, olhei (não parei na contramão), mas não consegui detectar quem era o "cara". Não, não chego lá, apesar daquele rosto não me ser estranho. E sabem quem era? O Branco, ali estava tomando um café com leite com quatro papo-secos com manteiga e queijo de minas. Fiz questão (quem não faz questão não é jornalista) de meter conversa com o Branco com a ajuda do próprio Manel que é seu conhecido. Inevitavelmente, veio à baila o futebol português e o seu Futebol Clube do Porto. Ainda se tocou na figura do Major Valentim Lourenço, mas não houve tempo de puxar ao cavaco a figura de Jorge Nuno Pinto da Costa. O Branco só me acrescentou que muito gostou de morar na zona da Boavista. Sabem uma coisa para finalizar: o Branco fazia uma boa dupla com esse tal meu amigo que é da ilha Terceira. Engordou, engordou, e quase que ninguém o reconhece. Pois é, nunca fecha a boca e a cervejinha, em doses avantajas, nunca falta. Mas como é que outro meu amigo, que gosta de uma cervejinha, não está no rol dos super anafados? Perguntem a ele o segredo. Ele? E a pista para lá chegarem? Só posso dizer que é editor de jornal.


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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