485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Da poetisa-escritora Maria Azevedo - Memórias...

Memórias...

Madrugadas...

Gaivotas enluaradas de espanto...

Noites de branco...

Noites de escuro...

Vestem-se os meses ... 

Veste-se a vida...

E o rosto muda como estacões, Achadas,

Perdidas...

Nas rugas que se espalham pelos cantos do sentir,

Ainda há um sorriso, 

Escondido,

Que espreita,

Ainda há uma criança,

Soletrando o verbo esperar....

Eu espero... 

Encontrarei... 

Ou não irei encontrar,

E resta esta palavra agri-doce,

No canto da boca,

Que se chama:

Lutar!

E a menina que sonha, 

Desata o aperto do laço...

E corre como o vento,

Por nuvens... 

E quando uma lágrima deslizar,

Ainda,

Uma vez mais,

Voltará a renovar o verbo 

Sonhar...

Pobre menina... 

Que não sabe cansar-se,

De tanto desejar!

Ah! menina,

Se eu pudesse,

Dava-te um colo de embalar...

E um coração encharcado de luz, para te consolar...

Mas não tenho, menina...

Só duas mãos, feitas de agua, sem ponta por onde lhe pegar!

Maria Azevedo

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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