Memórias...
Madrugadas...
Gaivotas enluaradas de espanto...
Noites de branco...
Noites de escuro...
Vestem-se os meses ...
Veste-se a vida...
E o rosto muda como estacões, Achadas,
Perdidas...
Nas rugas que se espalham pelos cantos do sentir,
Ainda há um sorriso,
Escondido,
Que espreita,
Ainda há uma criança,
Soletrando o verbo esperar....
Eu espero...
Encontrarei...
Ou não irei encontrar,
E resta esta palavra agri-doce,
No canto da boca,
Que se chama:
Lutar!
E a menina que sonha,
Desata o aperto do laço...
E corre como o vento,
Por nuvens...
E quando uma lágrima deslizar,
Ainda,
Uma vez mais,
Voltará a renovar o verbo
Sonhar...
Pobre menina...
Que não sabe cansar-se,
De tanto desejar!
Ah! menina,
Se eu pudesse,
Dava-te um colo de embalar...
E um coração encharcado de luz, para te consolar...
Mas não tenho, menina...
Só duas mãos, feitas de agua, sem ponta por onde lhe pegar!
Maria Azevedo
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